Santuário das Aves
Chegamos em Mostardas depois de uma hora de viagem. Tentamos encontrar o Detran ou a Delegacia abertos ainda, mas não adiantou. Ficamos na angústia de passar o fim de semana sem a placa do carro (se quiser saber o que aconteceu, clique aqui). Por via das dúvidas registramos um BO online e salvamos no celular mesmo, para poder andar pela cidade, se precisássemos. Passamos pelo mercado e à noitinha procuramos um camping para ficar, pois meus pais estavam com barraca e infelizmente não é possível acampar no Parque Nacional da Lagoa dos Patos. Embora estivéssemos usando o aplicativo iOverlander, ainda não há muitos pontos de camping marcados no Brasil, então a gente precisou encontrar algum por conta própria. Resolvemos conferir como era o Camping Poente. Lugar lindo! As crianças adoraram porque tinha pracinha. E a diária era 20 reais por pessoa com luz, água e banho quente – criança não pagava. Perfeito!
Mas, logo na chegada, mais um perrengue: o trailer ficou muito perto da sala de refeições e acabou estragando parte do telhado. Fiquei bem apreensiva, pois se as coisas estavam dando erradas já agora, como seria no restante da viagem? Mas os proprietários foram super gentis e compreensivos, e disseram que depois a gente acertava – dica: nunca deixem para o final da hospedagem, pois a conta pode ficar um pouco mais cara do que o esperado, como foi no nosso caso…
O Fabiano aproveitou para fazer bifes na paella, que ficaram uma delícia. O único problema é que, a comilança da noite somada à preocupação com os problemas do início da viagem fizeram com que eu acordasse com dor de estômago no outro dia. Mesmo assim, pensei que passaria logo e tomei café. Saímos para passear na Lagoa do Peixe e no trajeto fui olhando com os binóculos pela janela para ver se conseguia ver as aves mais de perto. Tudo o que consegui foi ficar ainda pior e acabei parando no hospital, pois não parava de vomitar!
Depois de uma injeção voltei para o camping para descansar, dando graças a Deus por meus pais estarem por perto para cuidar das crianças, que ficaram desenhando e jogando no tablet. Elas também fizeram amizade com um pessoal de Floripa que viajava numa kombi.
Acontece que meu mal-estar não passou e à noite acabei voltando para o hospital, dessa vez para fazer soro na veia. Eu e o Fabiano saímos de lá só à meia-noite. Juro que aí foi a primeira vez que pensei em desistir de tudo e voltar para casa.
Mas é aquela história, nada como um dia após o outro. Na manhã de domingo eu estava novinha em folha e aí sim, fomos passear no parque. A Lagoa do Peixe, paraíso migratório das aves localizado dentro do parque nacional de mesmo nome, às vezes é lagoa, às vezes é laguna: este canal, que liga a lagoa ao mar, abre e fecha conforme a época do ano. O parque foi criado em 1986 e tem uma área de 36.722 ha.
Encontramos muitas aves durante o passeio; pena que não havia alguém com conhecimento especializado para explicar mais sobre as espécies… Dindo Isma, na próxima vez você precisa vir junto!
Depois do passeio fomos até Tavares, para relaxar e tomar banho na Lagoa dos Patos. As crianças chegaram à conclusão de que não querem mais praia de mar, só de lagoa, pois as águas geralmente são quentes, bem rasinhas e transparentes.
Depois da brincadeira curtimos mais um pôr do sol de tirar o fôlego no camping e fomos acertar as contas para pegar a estrada no outro dia de manhã. Outro susto! Como estragamos um pedaço do telhado e usamos o ar condicionado do trailer – detalhe sobre o qual não foi falado nada antes! – os proprietários resolveram cobrar diária cheia de todos, inclusive das crianças. Acabamos pagando sem reclamar, mas aprendemos a lição de deixar tudo combinado sempre antes de se hospedar.
Quem quiser pode conferir outras imagens desse trecho no nosso primeiro vídeo da viagem:
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